terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Perdendo Perninhas





Nome do autor: Ágata, Mirela, Cíntia, Alexandra
Nome do aluno: Sonny Kendi Hessel Mukai

Reescrita

Não eram nem sete horas da manhã eu já estava escondida atrás de uma banca de jornal, tremendo de frio. Eu tremia de frio porque Mirela, minha segunda melhor amiga, me mandou tirar a blusa de lã e esconder no fundo da mochila. Aquela blusa de lã ia estragar tudo.
Depois ela me mandou puxar a camiseta do uniforme para fora da calça. A Mirela perguntou Cadê a Cíntia.
Cíntia era minha melhor amiga. Éramos três Cíntia, Mirela e eu.
Soou o sinal e nós entramos para a sala fomos até o painel, para saber em que classe estava Mirela e eu tínhamos caído na mesma classe 5ªD.
Soou sinal e entramos na sala de aula, depois de um tempo a professora Cerisa chega à sala e começa a perguntar os nomes para os (as) alunos (as) Cerisa é nossa professora de Geografia, depois ela passou lição de casa, e a aula acabou.
Cerisa havia saído e a próxima (o) professoro (a) não havia chegado. Nessa hora fomos interrompidas pela aparição de uma aluna nova. A nova aluna falou que ela era uma repetente e o nome dela era Alexandra. Ela saiu e voltou com o mapa da serie, rasgou o mapa em quatros pedaços. Os insatisfeitos comemorarão aos berros e viram nesse ato a oportunidade para redefinirem os lugares.
Começaram a disputar lugares. Os satisfeitos não fizeram nada a não ser defender seus lugares. Percebi no meio da confusão que Alexandra, as mochilas nas costas, vinha em minha direção. Mas seu alvo era a carteira ao lado de Mirela. Alexandra tirou um compasso de dentro do estojo e fincou-o entre os dedos da meninazinha, que saiu correndo pela sala, os braços para o alto, gritando feita doida.
Alexandra instalou-se na carteira conquistada, jogou a mochila da meninazinha no meio do corredor e ficou a observar a balbúrdia que nos cercava. Cíntia subiu na carteira ao meu lado e se pôs a gritar feito Tarzan. Começou a girar a sua mochila pelo ar e bater as mãos contra os peitos. Os outros meninos começaram a fazer o mesmo. Foi então que a mochila de Cíntia e de um dos novos meninos enroscarem o zíper, e a mochila de Cíntia abriu e voou tudo e havia uma lancheira. E nesta lancheira havia uma garrafinha térmica que continha ovomaltine, que atingiu o novo professor. O professor com os óculos cheios de ovomaltine nem queria saber o que aconteceu, só queria que nós limpa-se tudo.
Toda a classe pôs a trabalhar. O professor revelou sua identidade, chamava Reinaldo Garcia e seria o nosso professor de português.
Nosso primeiro recreio de 5ª serie e a gente aqui, atrás de uma gruta fedorenta. Por causa de dona Cíntia e seu ovalmatine.
Pela primeira vez em toda minha vida eu deixei a sala de aula com passos lentos e boca calada. Nunca caminhei por aquele corredor, e no fim do corredor havia um vitral colorido. Ali encontrei um banquinho, onde me sentei. Do meu lado apareceu uma criatura verde, vestia um terno e fumava cigarro de cravo.
No outro dia vi Alessandra e Mirela sentadas no canto da quadra. Alexandra me chamou e fez um gesto com a mão que me chamava. Alexandra também chamou Cíntia para nós juntarmos com ela.
Edméia, a professora de matemática, entrou na sala. Abriu a gaveta do professor. Nada.
Edméia aceitou o fato de não termos o mapa e tratou de fazê-lo.
Hannah nossa professora de religiões, quando a irmã Lourdes falava de uma experiência ecumênica e como ninguém entendeu o que ela disse com aquilo, ela disse que estudaríamos todas religiões de uma só vez.
Assim que soou o sinal para o recreio Alexandra e Mirela saíram correndo, Cíntia estava pegando seu dinheiro que ela trouxe para o recreio Cíntia foi até a cantina pedir o nosso lanche, depois de um tempo Cíntia voltou 2esfiras e 2cocas. Fomos procurar por Alexandra e Mirela elas estavam no canto da quadra. Eu diria que elas meditavam. O sinal soou, nós saímos correndo no corredor enquanto corríamos Alexandra disse que eu era ridícula.
Há uma semana andávamos com uma marca vermelha em vez do terceiro olho. Todo dia eu chegava antes de todos e ficava no canto da quadra. A irmã Juliardina se sentou ao meu lado. Depois de um tempo começou a sair uma fumaça verde do nariz da irmã,e subiu devagarzinho como um pernilongo, enchi o peito de ar e soprei a fumaça, ela havia ido embora.
As aulas começaram e eu só pensava na fumaça verde saindo pelo nariz da irmã Juliardina, no recreio contei para minhas amigas sobre a criatura verde, elas foram até o portão e falavam que tinha que ir a farmácia do outro lado da rua comprar um remédio ele deixou e minhas amigas juntaram um dinheiro e compraram tal Vick Vaporub voltamos e fomos para o banheiro e colocaram duas copadas na minha boca e eu fui para um das cabines do banheiro de lá sai e me falaram que essa história morre aqui. Juramos por Deus e por tudo o que havia de mais sagrado. Alexandra jogou as embalagens fora e cobriu com toalhas de papel. O sinal soou anunciando o fim do recreio. Nas aulas de educação física estávamos brincando de queimada Cíntia e eu estávamos em um time e Alexandra e Mirela no outro, logo no começo Alexandra me queimou depois Cíntia queimou Mirela, no fim só sobrou Cíntia e Alexandra, eu prometi muita coisas para Cíntia queimar Alexandra para os deuses, quando abri os olhos Alexandra estava caída no chão, a professora pediu que chamasse a enfermeira. Naquele dia Alexandra não voltou da enfermaria. Ao final da última aula, a Irmã Lourdes bateu na porta. Ela perguntou se alguem podia responsabilizar pelo material de Alexandra. Mirela aceitou o favor.
Nosso primeiro dia sem guru coincidiu com o dia da apresentação ecumênica. Nada sabíamos sobre Alexandra. Apenas que um dia antes estava viva, conduzindo sessões de exorcismo no banheiro, e agora não está entre nós. Tomamos a frente da sala e demos as costas para a classe. Fizemos tudo conforme o ensaiado, no final, recebemos muitos aplausos. Retornamos a nossas carteiras com os objetos hindus.
Terminada a apresentação dos grupos, as divisões de credo foram suspensas e todos correram para o recreio. Os meninos corriam atrás da bola de futebol,enquanto as meninas se agrupavam em unidades menores para conversar.
No dia seguinte Mirela não trouxe a mochila de Alexandra pendurada na barriga. Apenas a sua, nas costas. Cerisa acabava de chegar, manipulou os gizes no bolso durante alguns segundos e manteve-se em silêncio, era passou a lição. Soou o sinal Mirela Cíntia e eu estava mos sentadas uma do lado da outra sem falar nada. Nesse dia no final da aula voltei para gruta. Arnaldo treinava cestas no topo da gruta, dentro de alguns minutos minha perua partiria sem mim. Minha alma não estava mais oca. Ela estava cheia de deuses, uma criatura verde e bastante coragem. Descobri minhas novas asas coloridas e voei até a perua.

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